A língua lambe
A língua lambe as pétalas vermelhas
da rosa pluriaberta; a língua lavra
certo oculto botão, e vai tecendo
lépidas variações de leves ritmos.
E lambe, lambilonga, lambilenta,
a licorina gruta cabeluda,
e, quanto mais lambente, mais ativa,
atinge o céu do céu, entre gemidos,
entre gritos, balidos e rugidos
de leões na floresta, enfurecidos.
Carlos Drummond de Andrade
3 comentários:
Adoro esse poema. E tem aquele da bunda também, muito massa.
Oh yeah! ;) Valeu a visita e o comentário Alícia. beijo
não sei da língua do drummond, seria até impossível mas, que prefiro a tua,prefiro!
amo-te
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