sábado, 29 de setembro de 2007

No caminho do meio



"A sabedoria me diz que não sou nada. O amor me diz que sou tudo. Entre os dois, minha vida flui".

Nisargadatta Maharaj

É preciso algo novo


O jornalista norte-americano Carl Bernstein, aquele do Watergate, em entrevista para a revista Época.


ÉPOCA – A imprensa fez sua parte?
Bernstein – A maior parte do que sabemos sobre as reais políticas da administração Bush – talvez com atraso, não na preparação para a guerra, mas desde que começamos a experimentar dificuldades no Iraque –, sabemos porque os repórteres apareceram com as informações. Não porque a Casa Branca tenha sido solícita ou porque o Congresso tenha exercido a devida vigilância. Acho que esta administração, em termos do mal duradouro causado ao país, é, talvez, pior que a de Nixon, porque ela não foi responsabilizada. O sistema não se corrigiu.

ÉPOCA – Por que isso ocorreu?
Bernstein – São questões muito complicadas, que não permitem respostas fáceis. É preciso olhar para a cultura, para a sociedade e para o período histórico como um todo. O nível de indignação em relação às mentiras dos homens públicos não foi suficiente, mesmo depois de a imprensa ter revelado tanto quanto revelou, para fazer com que o sistema político respondesse. O sistema político tem sérios problemas. Ele não está respondendo às necessidades das pessoas.

E isso já foi o Partidão




O PPS querendo pegar os votos esquerdistas descontentes com o governo Lula, começou nesta semana uma campanha publicitária muito tola e ridícula. Um rapaz se diz decepcionado com a estrela, uma clara alusão ao PT, e informa que agora tem um novo símbolo...o nariz de palhaço! Ora vá catar coquinho meu amigo.

Esse papinho de cansadinhos e moralistas babacas é um pé no saco. Vão ficar com nariz de palhaço vocês seus idiotas.

Hoje eu comentava com um amigo que governos, empresas e famílias não precisam mais censurar as pessoas, pois elas já vêm censuradas de fábrica. E assim segue a manada do admirável mundo novo, asséptica, inodora, insípida e incolor. Perdem tempo discutindo questiúnculas insignificantes, travando os verdadeiros debates.

Tudinho




Ótima dica do amigo Alexandre Raposo. Um grupo muito bom de humor, os Barbixas.

Quem responderá?

Nada como uma sacudida para acordar hein. Fábio Bianchini que andava meio apático, sem comentar muito os fatos locais, estava dando saudades do titular da Contracapa. Pois essa semana ele mandou muitíssimo bem na nota em que comenta o absurdo fechamento dos bares com música ao vivo na Lagoa. Disse ele:


A operação conjunta da Susp, Floram, Corpo de Bombeiros, Delegacia de Jogos e Diversões e Ministério Público que fechou vários bares da Lagoa da Conceição, na última terça-feira, é resultado da operação Silêncio Padrão, de todos esses órgãos, que em outubro deve ser intensificada ao receber a adesão da Vigilância Sanitária. O delegado e gerente de fiscalização de jogos e diversões, Arilto Zanelatto, explica que as interdições tiveram diferentes motivos: em alguns bares, foram por falta do alvará acústico, emitido pela Floram. Em outras, faltou o habite-se da prefeitura.

Ao longo da semana, os empresários regularizaram suas licenças e quase todos já tinham autorização para funcionar novamente, mas sem música ao vivo. Para essa, é preciso o alvará, para o qual é necessário o habite-se. O problema é que 90% é área de preservação permanente, onde, teoricamente, nada poderia haver sido construído, e os terrenos não têm escritura pública, são de posse. Assim, em Florianópolis, existem os alvarás ex-ofício, provisórios, e aí ninguém tem muita certeza de nada. Outra questão é que, para a emissão do habite-se, os estabelecimentos devem ter seis metros de afastamento da via pública (a rua) e estacionamento.

Cláudio Silva, do Drakkar, pergunta: se o problema é o habite-se, não o laudo acústico (que está em ordem), por que pode funcionar sem música, mas não com música? É estranho mesmo.

No fechamento da coluna, era aguardada uma reunião dos órgãos competentes para decidir o que será feito disso tudo. É uma série de questões sérias e importantes: se os bares com música não podem ficar na Lagoa, que sempre foi seu reduto, para onde vão? Ou não têm vez em Florianópolis? Se não tiverem, que tipo de turismo e cultura queremos na Ilha? O negócio é só boi-de-mamão e resort? As perguntas são sinceras, não são retóricas, não.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Cooper (ativismo)



A cidade vive uma pasmaceira cultural e sofre com o descaso dos governos? Sim, e o que nós podemos fazer? Música. E taí o resultado do trabalho cooperativo de um grupo de músicos de Florianópolis, o Clube da Luta. O evento, que reúne bandas de som autoral, comemora 1 ano com duas noites e 12 bandas em 2 palcos. Embaixo da Ponte no Café Fios & Formas, nos dias 5 e 6 de outubro.

A festa começa pontualmente às 23:30 hs quando sobe ao palco a primeira banda. Cada uma tocará por 30 minutos e com 2 palcos montados os shows acontecerão sem interrupções. A escalação das bandas é a seguinte:

Sexta 5 de outubro

23:30 Maltines
00:00 Coletivo Operante
00:30 Luciano Bilu
01:00 Aerocirco
01:30 Os Berbigao
02:00 Tijuquera

Sábado 6 de Outubro

23:30 Rufus
00:00 Gubas & Os Possíveis Budas
00:30 Andrey e a Baba do Dragão de Komodo
01:00 Ilha de Nós
01:30 Kratera
02:00 Samambaia Sound Club

Os ingressos antecipados estão nas lojas Hot Music, no Beiramar Shopping, e na Guitarland, na Tenente Silveira,111. O preço é R$10 para cada noite ou R$15 o passaporte para ambas.

Grande adesão



O jornalista Moacir Pereira, quem diria, descascou o governador Luiz Henrique num evento em que recebeu troféu do Sapesc, Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de Santa Catarina. Peguei essa lá no blog do César, que fez a montagem.

Pereira disse em seu discurso:
" A xenofilia que contamina algumas lideranças de nosso Estado merece reavaliação. Se de um lado é impossível dar as costas para as maravilhas artísticas produzidas lá fora, impõe-se maior atenção aos grupos que enriquecem a cultura regional catarinense, em todas suas manifestações".


O nosso ilustre governador como sabemos é um legítimo baba-ovo de tudo que vêm de fora, especialmente da Europa.

O jornalista lançou um questionamento ao qual respondeu com a necessidade de valorizar o talento local.. Não por que é daqui mas por que é bom.

"Como nós, jornalistas e publicitários, vamos lidar com as novas tecnologias? Indagação com maior taxa de aflição: qual o conteúdo dos novos programas que virão coma digitalização na TV, acessíveis pelo celular? A dominação cultural será ampliada ou surgirá rico mercado para as agencias de propaganda e de produção local independente?

O horizonte próximo não é animador. E aí que cabe um esforço de todos - profissionais da informação e publicitários - na prioridade para a realidade local, para a cultura regional, para os valores da cidadania e para os princípios que há milênios nos proporcionam felicidade.

Falo da necessidade urgente de olharmos mais para Santa Catarina, este maravilhoso e invejável arquipélago de ilhas econômicas, geográficas, étnicas e, sobretudo, culturais, com talentos artísticos sem espaços e sem a merecida visibilidade".


Moacir, passa lá no Clube da Luta e se filia.

Leia o discurso do jornalista na íntegra aqui.

Palhaçada



Lamentável a blitz espalhafatosa que fechou diversos bares da Lagoa da Conceição na tarde da última terça. Entre eles o Drakkar, Confraria do Chopp, Vecchio Giorgio, Jinga Bar e Espaço Cultural Sol da Terra.

Numa cidade que se pretende Capital Turística do Mercosul não é primeira vez que vemos uma atitude retrógrada, autoritária e muito conveniente ( para quem mesmo?) como essa. Vide o caso do antigo bar Underground que sofreu dura perseguição de um delegado que tinha o irônico nome de Gentil.

Meu amigo Vina, guitarrista da banda Da Caverna, resumiu bem a situação num comentário lá no site Tô Puto. Disse ele:

"Nossos governantes estão envelhecendo e perdendo sua capacidade de ereção e descontando suas frustrações no povo..."


Hoje fiquei sabendo que o Drakkar já está funcionando normalmente. O Clube da Sinuca, ao contrário do que foi divulgado, não entrou na lista dos bares fechados na operação da Prefeitura e segue com sua programação musical.

Boa dica

Descobri lá no blog Coluna Extra, do amigo Alexandre Gonçalves - que não é ex-baterista do Phunky Buddha é um homônimo- o link para o Media Center da RBS. E o monopólio oferece de graça a possibilidade de assistir ao vivo os canais TvCom de SC e do RS, o Canal Rural, além de ter arquivos de diversas matérias de seus telejornais.

Ah, e tem um detalhe. Nos canais ao vivo há uma câmera postada na cabeceira das pontes Colombo Salles e Pedro Ivo. Como vocês podem ver aqui, o site informa que estamos vendo imagens da ponte Hercílio Luz (!?).

Bem, coloquei uma janela com essa imagens ao vivo das pontes na barra ao lado aqui do blog.

A Pirâmide Invertida




Peguei esse na Fiz Tv, um site da Abril com um conceito semelhante ao do YouTube.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Papelão



E a deputada federal pelo Rio Grande do Sul Manuela D'ávila, a Manu, do PC do B lambendo a bolsa escrotal do monopólio, vocês viram? Transcrevo trecho do post do Diário Gauche, onde fiquei sabendo.

Deputada pede licença para existir politicamente


Abaixo transcrevemos o discurso inteiro da deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) proferido por ocasião da Sessão de Homenagem aos 50 anos do grupo midiático-partidário RBS, realizado na Câmara Federal, no último dia 18 de setembro, às 11h48.


Manu finaliza o discurso laudatório com uma tradicional saudação chinesa – Longa vida à RBS! – muito usual nos tempos maoístas da sua legenda partidária, reconvertido depois a uma duradoura inspiração albanesa – aquela sociedade “modelar” do stalinismo retardatário de Henver Hodja. Hoje, o PCdoB está mais modesto, modela-se pelos figurinos das velhas raposas eleitorais do antigo PSD, que não podiam viver longe dos macios e silenciosos tapetes e passadeiras palacianos.


Assim, a jovem deputada “comunista” fez o seu debut oratório no parlamento brasileiro, pedindo ao patronato midiático da província licença para existir política e eleitoralmente. A parlamentar quer concorrer à prefeitura municipal de Porto Alegre na próxima feira eleitoral. No discurso abaixo ela mostra na íntegra a sua de-formação político-ideológica, e como o hilário protagonista do Samba do Crioulo Doido do imortal Stanislaw Ponte Preta, atravessa um Maquiavel-a-la-minuta na fala e depois espeta um Pierre-Bourdieu-requentado na conversa tão fluída quanto confusa.


Noves fora os esbarrões e orelhadas pseudo-culturais, Manu cumpre o seu desiderato: puxa solene e desavergonhadamente o saco escrotal dos dirigentes do grupo midiático-político-eleitoral RBS. Entregou a rapadura, como se diz no centenário Bar Naval, aquela reserva etílico-moral de sábios e doutos do Mercado Público de Porto Alegre. E quem entrega a rapadura antes das eleições – digo eu mesmo, por conta e risco – entregará o canavial inteiro depois...



Leia o discurso da deputada aqui.

É hoje!


terça-feira, 25 de setembro de 2007

Dizem que sou louco


Arnaldo Baptista saiu dos Mutantes mais uma vez e anuncia uma pá de projetos novos: uma biografia; um documentário longa-metragem produzido pelo Canal Brasil; uma exposição de suas pinturas, gravuras, desenhos, histórias em quadrinhos, camisetas e objetos; o lançamento em CD de dois álbuns de sua fase ao lado do Patrulha do Espaço; uma turnê, com shows-happening onde em cada cidade haverá um convidado especial. E para terminar (ufâ), o lançamento, pela Editora Rocco, de seu livro de ficção "Rebelde Entre os Rebeldes". Que fôlego!

E, sinal dos tempos (?), enquanto escrevo isto o Willian Waack anuncia a seguinte manchete no Jornal da Globo; " O maníaco da Cantareira desafia a polícia de São Paulo".

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Phunkybuddhismo


Apesar de sentirmos amor e afeição pela nossa família e amigos, no momento da morte embarcamos sozinhos para um lugar desconhecido. Temos repetido a mesma experiência em todas nossas vidas passadas, deixando para trás todos conhecidos e abandonando nossas posses.

Não importa quanta felicidade e abundância tenhamos reunido neste tempo de vida, isso é tão insubstancial quanto o que sonhamos na noite passada. Entender que nada dura, que tudo passa como um sonho, é entender a impermanência e a morte.

Se simplesmente fosse o caso de que nossa vida acaba no nada, como água que secou ou uma chama se extinguindo, seria perfeito. Não haveria nada para se preocupar. Mas sinto muito em dizer que não é assim; porque nossa consciência não é algo que pode morrer.

Após a morte, somos forçados a vivenciar o efeito de nossas ações cármicas passadas. Devido à ignorância, temos vagado infinitamente no samsara, incapazes de nos libertarmos, continuamente circulando entre os três reinos inferiores e os três superiores, um após o outro. Para nos libertarmos dos seis reinos da existência samsárica, temos que praticar o Dharma sagrado agora, enquanto temos a chance.




Tulku Urgyen Rinpoche

Via Samsara

domingo, 23 de setembro de 2007

One, two, three, four...



Hilly Krystal, fundador do legendário inferninho CBGB's onde o punk rock nasceu em Nova Iorque, morreu recentemente aos 76 anos e agora a família dele, que achava que o old punk tava quebrado, descobriu que o cara possuía cerca de 3,7 milhões de dólares. Tá rolando aquela briga pelo espólio.

Via Brooklyn Vegan

sábado, 22 de setembro de 2007

Namoradinha do Brasil



A medrosa Regina Duarte em campanha por FHC para prefeito de São Paulo em 1985. Na época o que a assustava eram os nazistas.
Aliás, vocês conhecem o blog dedicado a ela, o Meu Nome é Regina? Hilário.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Comemoração





A festa que marca 1 ano do Clube da Luta vai ser porreta! Duas noites, dois palcos, 12 bandas ( 6 em cada noite) e muita música boa para todos os ouvidos e cinturas exigentes curtirem.

Breve conto mais novidades e indico os locais de venda dos ingressos e passaporte para as 2 noites.

domingo, 16 de setembro de 2007

Make Love not War



Esta é uma das imagens do editorial de moda que Steven Meisel, fotógrafo que fez o livro Sex com Madonna, acaba de publicar na revista Vogue italiana. Pornografia de alto nível.


Do cara que criou um dos melhores nomes de blog que conheço, The Allan Sieber Talk to Himself Show.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Procuradores enfrentam o monopólio da RBS

Direto do RS Urgente.

Procuradores da República entrarão com uma ação na Justiça Federal em Santa Catarina contra o grupo RBS, informa matéria de Raquel Casiraghi, da Agência Chasque. Eles acusam a empresa da prática de monopólio e de ter mais de duas emissoras no Estado, o que é ilegal. A RBS, segundo os procuradores, também desrespeita a legislação que estipula que as TVs cedam espaços em suas programações para iniciativas locais. Segundo Celso Três (foto), Procurador da República em Tubarão, a idéia da ação surgiu após a RBS comprar, em agosto de 2006, o jornal A Notícia, de Joinvile. Com o negócio, a empresa passou a dominar ainda mais o mercado de jornais em Santa Catarina, o que, na avaliação do procurador Celso Três, é prejudicial à população. Além do A Notícia, a RBS é proprietária dos jornais Diário Catarinense e Jornal de Santa Catarina. Situação semelhante ocorre no Rio Grande do Sul, onde a RBS é proprietária dos jornais Zero Hora, Diário Gaúcho, Pioneiro e Diário de Santa Maria.



O procurador disse à Agência Chasque: “Como em qualquer lugar o monopólio da mídia é terrível, é pior do que o monopólio em qualquer outro setor. Ele evidentemente trás danos ao consumidor. Quando falamos em mídia a situação é pior ainda, já que tratamos do princípio da pluralidade que está na Constituição. Não existe democracia sem imprensa livre, mas a liberdade de imprensa pressupõe a pluralidade, não existe liberdade de imprensa tendo um monopólio”.



Os procuradores querem anular a compra do jornal A Notícia, fazendo com o que o mesmo volte para antigo proprietário ou seja vendido para terceiros. Além disso querem alterações no sistema de televisão da RBS. Segundo Celso Três, a empresa possui seis emissoras em Santa Catarina, quando a lei permite até duas. Ele apresentou um exemplo dos efeitos negativos do monopólio midiático: “na última eleição em Santa Catarina passamos a campanha inteira ouvindo da RBS que sequer teria segundo turno, através do Ibope. Ocorreu o segundo turno, em que a RBS afirmava que a diferença entre os dois candidatos era de mais de vinte pontos percentuais, e no final, a diferença foi de 5%. Todo mundo sabe que a indução maciça eleitoral em favor de um ou outro candidato influi diretamente no eleitorado. E para resolver isso não adianta impedir as pesquisas, querer tirar do ar a emissora, a questão está justamente em permitir a pluralidade”.


Quem leu o brilhante texto de Jaques Mick para o Observatório da Imprensa, em que ele conta os bastidores da negociação de compra pela RBS do jornal A Notícia, fica com a impressão de que o modus operandi do grupo gaúcho é bem semelhante ao de uma famosa organização italiana.

"Power to the Freak People!"


John McLaughlin & Paco de Lucia




O guitarrista inglês toca sua composição " Florianópolis" junto com o mestre espanhol.

Salve!



Hoje é aniversário do meu primo Caio e quero desejar tudo de bom para ele. Aquele abraço!

Em nossa infância em Itajaí curtimos muito a música que estava rolando nos anos 80. Na época do primeiro Rock In Rio e o boom do Brock. Nosso primeiro show, levados pelo tio Jorge, foi o RPM em Revoluções Por Minuto no Autocine em Balneário Camboriú.

Eu e ele compramos guitarrinhas de plástico e dublávamos Rod Stewart, Yes, Titãs, Ultraje, Blitz, Ira!, Cure, Cult na sala do apartamento da nosso avó.E quando ela comprou um videocassete alugamos os dois o filme Woodstock. Pela primeira vez assisti aos clássicos Hendrix, Who, Sly Stone, Santana, Joe Cocker, Ten Years After. E eu pirei. Assistir Jimi tocando aquela jam melancólica no final do festival me fez mais do que tudo querer tocar com aquele sentimento um dia e ter uma Stratocaster cor creme com escala escura.

Éramos abastecidos ainda pela extensa discoteca do tio Jorge, roqueiro e curtidor do progressivo ao reggae. E ali no centro de Itajaí haviam 3 ótimas lojas de discos.

Nossas tardes nas férias de verão eram muitas vezes ficar ligados nas rádios gravando as músicas. Telefonávamos pedindo aquela canção.

Fico pensando que não há maneira mais legal de ouvir música com alguém, compartilhar a apreciação, a boa vibração, a reflexão, a dança, enfim estar juntos. Hoje em dia com os fones, I-pods, mp3 players, discmans, etc acabamos ficando muitas vezes isolados na apreciação desse alimento saboroso para a alma.

"É o samba-rock meu irmão!"



Na semana passada o grande músico paulista Marco Mattoli, do Clube do Balanço, esteve em Floripa discotecando na super festa Nação Balanço do querido DJ Marcelo Pimenta que acontece toda as quartas.

No dia seguinte, a convite do DJ Zé Pereira, Mattoli colocou o povo pra chacoalhar no Clube da Sinuca na noite que ainda contou com a banda Samambaia. Rolou canja com a rapaziada funk e no final do set subimos Ledoux, Nilinho e eu para tocar algumas músicas do Jorge Ben com o Mattoli. O povo tava animado e pediu bis umas 4 vezes. Grande sangue bom!

O Mattoli é outro fã do Loronix e indiquei o Luiz Henrique, que ele não conhecia. Alíás vocês já ouviram o fantástico Luiz Henrique?

Falando no músico florianopolitano, espero que o documentário No Balanço do Mar , da Ieda Beck, chegue no DVD e seja melhor divulgado. Até agora me pareceu que foi apenas um filme feito para a família e alguns amigos que assistiram a pré-estréia no CIC. Tem que chegar no povo, que é quem paga a realização de filmes através da grana pública dos editais.

I'm back



Salve pessoal. Dei uma sumida da blogosfera. Estive com problemas com o provedor e uma lida ocupada. O blog aqui tava com um problema na configuração e acabei migrando para o novo blogger. Eu ainda usava o antigo e tinha preguiça de atualizar. Agora foi na marra né.

Quero mandar um abraço para o César e agradecer a indicação para receber o Certificado Blog. A idéia é receber e indicar mais 5 blogs que proporcionam momentos virtuais deliciosos.

É uma boa oportunidade para citar outros 5 blogs que me amarro e complementar a lista que fiz no Blog Day. Essas listas sempre são pequenas para a gente escolher entre tanta gente boa na blogosfera. Os links aqui ao lado são de gente da pesada que vale a pena conferir.

Pois bem, quero agraciar com o Certificado os blogs:

Impressão Digital

Blog do Alon

Loronix

De Olho na Capital

Nassif

R.I.P



Uma semana de grandes perdas para a música. Na terça, 11 de setembro, foi Joe Zawinul, pianista austríaco que tocou com Miles Davis entre outros e vinha correndo o mundo atualmente com seu Zawinul Syndycate aos 75 anos. Zawynul foi um dos fundadores do famoso grupo de fusion Weather Report, que teve o baixista Jaco Pastorius em uma das formações.



Ontem, quarta dia 12, foi a vez de Bobby Byrd, cantor e braço direito de James Brown. Era o famoso Bobby que acolhia James com o manto na sua encenação. Também era o cantor que respondia James com os gritos de get it on up! em Sex Machine.
Já escrevi algo sobre a história dele e James Brown aqui.

Conheci Zawinul em 1996 quando ele tocou num festival de jazz em Florianópolis. Durante uma semana rolaram shows incríveis e eu e vários amigos de banda, músicos, curtidores e freaks conseguimos entrar na faixa em todas as noites. E como os jazzistas são low-profile , e Florianópolis era beeem mais tranquila, a segurança era inexistente. Após os shows o acesso ao camarim era facinho, facinho e íamos lá tietar e bater papo com o Naná Vasconcelos, Hermeto, Egberto Gismonti, e Joe Zawinul e sua banda com músicos americanos, europeus e africanos.

O bonachão músico austríaco estava em um canto sozinho com uma garrafa fechada de Passport nas mãos. Puxamos papo sobre Weather Report e quando perguntamos como era tocar com o genial e crazy people baixista Jaco Pastorius, ele parou, olhou sério para o alto exclamando: " Jaco was really something else!" e foi embora despedindo-se. A garrafa de Passport ficou conosco.

Salve Zawinul e Bobby Byrd que nos deram grooves, melodias e sentimentos expressados através do som que ficam. Alimento para a alma.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

"Tudo solto badalando"





Aracy de Almeida foi a cantora preferida de Noel Rosa mas tornou-se conhecida mesmo como a jurada casca grossa do programa Sílvio Santos. Impagável. Isso que é Trash 80's.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

É o Phunky Buddha!

Absolutamente fantástica a festa de 1 ano da Contracapa do DC, sob a batuta de Marcos Espíndola. O camarada fez o convite e reunimos a Phunky Buddha para um show. Sinceramente não sei se rolará outro antes de 2112, mas a noite de sábado, 1 de setembro de 2007, mostrou que a coisa pega fogo quando a gente toca. Quem ouviu, viu. E pegou fogo literalmente.

Minutos antes do show começar alguns problemas com a superlotação do Vecchio Giorgio criaram uma certa tensão, completamente dissolvida ao primeiro acorde de Mamangava, uma canção instrumental nossa que foi usada no notório vídeo Sete Mares Numa Ilha, de Kátia Maheirie e André Gassen. A máquina funk estava azeitada e a todo vapor.

Inesquecível tocar com aquela vibe, olhando aquelas pessoas amigas curtindo paca, nós quatro só rindo e tocando o funk-rock que sempre foi o forte do nosso caldo. Com a ajuda do fabuloso Júlio Lemos, que operou o P.A e gravou todo o aúdio, do Zé e do Seno, parceiros do Clube da Luta.

A produção ficou a cargo da Kadabra ( Tomate, Lu e Gastão) que armou o circo com o apoio da Atlântida e da RBS, que por incrìvel que pareça - numa demonstração de atitude mais nobre com a cultura catarinense - abriu o cofrinho e soltou uns cobres em vez de ficar naquela de mídia e camarim. Parabéns à vocês todos.

As 400 almas presentes saíram lavadas de funk, dub, eletro, rock, mash-ups e o escambau detonado através dos falantes pela banda e pelos seletores Emerson "Tomate" Gasperin, Ligia, Marcos Espíndola, Fábio "Mutley" Bianchini e este que vos escreve dando uma palhinha na finalêra.

Não tenho muito mais o que dizer além de obrigado a todos os amigos e amigas que fizeram da noite do último sábado, inesquecível. Ainda não deu para assimilar tudo.


Fiquem com as fotos de Cassiano, Lu, minhas e do Caio Cezar.


















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Tropa de Elite

Dica do músico Lucas Santanna no site/blog dele, o Diginóis. Um lugar do caralho.

Como já é público e notório o filme Tropa de Elite, que será lançado em outubro, foi pirateado e está sendo vendido nas esquinas das cidades de todo o Brasil. E claro, alguém já colocou no You Tube. E eu assisti inteiro. 12 capítulos. A qualidade de som e imagem não é lá essas coisas mas valeu.

O diretor José Padilha disse que esta é uma cópia do terceiro corte (uma pré-edição) e que o filme mudou bastante. Eu vi, adorei e com certeza vou querer assistir na telona e imagino que muitos pensam assim. No YouTube o primeiro capítulo já foi assistido por 39.000 pessoas.

Se não foi tudo uma jogada de marketing genial, o que a comemoração de Padilha pela prisão do pirateador indica, eu aposto algumas fichas que o filme será um sucesso, em boa parte pelo boca a boca gerado.

E como disse o Lucas :

"Se o diretor do filme está feliz por terem pego o copiador deveria ficar ainda mais por conta da película em questão entrar para a história do cinema brasileiro justamente pelo mesmo fato. O primeiro longa metragem brasileiro a ter se manifestado na era digital e com todas as questões que a envolvem.

E aproveitando vou me ater a uma questão para mim preciosa e da qual já falei aqui no diginois.
Um filme financiado com dinheiro público deveria ter DVD's baratos para serem vendidos nas ruas, caso contrário o crime "organizado" vai lá e faz. Nem todo mundo tem dinheiro para ir ao cinema.

Não precisamos ter um modelo audiovisual que imite o modelo americano com apenas o sistema filme-distribuidora-(poucas) salas de cinema. Podemos inventar o nosso modelo e ele pode passar por uma maior democratização da cultura num país fudido".


segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Chama a mãe que o pai tá doido




Depois de muita procura achei algo no YouTube sobre o histórico momento da TV catarinense: o dia em que um policial militar invadiu o estúdio da TV Cultura em Florianópolis na década de 80. Era domingo de madrugada e estava no ar um bate-papo sobre futebol com a presença de Hélio Costa, Roberto Alves, Miguel Livramento e, de vermelho segurando um maço de cigarros e as chaves do carro, o jornalista e atual comentarista esportivo da RBS Paulo Brito. Confirmei com o próprio que estava presente no Vecchio Giorgio no último sábado naquela noite memorável.