domingo, 31 de maio de 2009

Todas as tribos

Foto: moralis

Em setembro de 1994 eu estudava Jornalismo na UFSC onde conheci esses dois freak brothers que são o Frank Maia e Emerson Gasperin, editores do Fútio Indispensável, um fanzine supimpa que marcou época.

Emerson, ou melhor, o Tomate chamou a mim e Fábio "Mutley" Bianchini para cobrir a segunda edição do festival Junta Tribo , que tinha como subtítulo: cerveja, barulho e terra. E como tinha terra vermelha lá em Campinas.

Eu fui. E foi uma experiência e tanto que se tornou marco divisório.O que vi e ouvi foi indescritível e a maioria das histórias são impublicáveis. O local do show era uma feira medieval com tudo o que um quadro de Hyeronimus Bosch tem direito.

Fiquei hospedado numa sala de aula da Unicamp dividida com o Planet Hemp e outras bandas. Já conhecia o pessoal da Wry, lá de Sorocaba onde eu ia bastante e passei a conhecer o Concreteness, Brincando de Deus, Little Quail, Relespública, Câmbio Negro, Loop B, Garage Fuzz, algumas bandas que me lembro.

No terceiro dia, cansadaço fui pousar na casa dos meus amigos Chico Saraiva e Eduardo Ribeiro, onde deu pra tomar um bom banho e tirar aquela terra vermelha entranhada.

Ontem encontrei através da comunidade do orkut esta matéria da EPTV falando sobre o festival que marcou o cenário independente brasileiro.

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Epitáfio


Robert Clay Wilson
1840-1887

Ele nunca matou um homem
Que não precisasse ser morto


via i heart chaos

Soul ladies

As Sweet Divines e banda arrepiando com Heckuvah Man. Groove que bebe nas águas do delta do Mississipi, mais precisamente de New Orleans e dos The Meters.

Quando morrer quero encontrar anjos divinos assim.

Com retrato na coluna social

Recebi de um leitor censurado em outras plagas este texto sobre o polêmico maestro José Nilo Vale. Quem responderá as indagações finais?


Por Raul Perdigueiro


Maestro José Nilo Vale, da OSSCA, "vale" o quanto chora. E como chora, quer R$ 10 mil por mês do Governo do Estado para abrigar a orquestra. Ainda que com toda a sua benevolência, o secretário de Estado do Turismo, Cultura e Esportes, Gilmar Knaesel negou a proposta indecorosa. Se até dentro da secretaria o Maestro já é visto como uma presença incômoda, o mesmo não se pode dizer em outras instâncias, como a mídia.

Mas o maestro não gosta de falar, chora para não falar. Chora para receber, mas não presta contas sobre a sua gestão temerária, desafinada. Os músicos não recebem seus salários e a OSSCA está parada porque não tem dinheiro, não tem porque não pode receber do Estado diante das advertências do Tribunal de Contas do Estado que desde o ano passado bate na desorganização da administração da Ossca, mas também não leva adiante, como por exemplo, ao Ministério Público.

Só recapitulando, no mês de maio foi revelado o resultado da auditoria operacional do TCE sobre os mecanismos de incentivo à cultura do Governo do Estado. Dentre os 10 proponentes que abocanharam 55% de todo o dinheiro (R$ 25 milhões) investido pelo governo em projetos culturais no exercício de 2008 está a Associação Cultural Orquestra Sinfônica de Santa Catarina (AOSSCA), com R$ 1,1 milhão. E não poderia jamais recebê-lo porque sua situação legal é capenga.

Mas aí todos sentem pena do maestro, ele chora, é emotivo, pede para não se tocar no assunto, promete entrevistas bombásticas e some do mapa, enfim desafina na gestão e dissimula na prestação. Mas ninguém pensa nos músicos, muito embora eles também contribuiem em seu silêncio ao não tomar uma atitude e denunciar a questão ao Ministério Público e Delegacia Regional do Trabalho.

O problema é que isso envolve dinheiro público, nosso, que vai para o mesmo ralo do desperdício que mensalmente despeja milhões em lugares incertos e não sabidos. Daí não podemos levar a situação como um caso folclórico. Isso é de interesse da coletividade e como tal deve estará sujeito à lupa rigorosa da lei e suas instâncias fiscalizadoras, bem como as penas previstas para os casos de malversação do dinheiro público, para não falar o pior.

O que impede o Maestro Nilo de cumprir o seu dever e prestar contas sobre a sua orquestra? E o que impede o TCE, o governo do Estado e o MP de cobrar maior responsabilidade por conta da gestão da orquestra? Ou então que cessem já essa "ópera de bufa" com o dinheiro do Estado, afinal, só o maestro aplaude.

Aliás, ninguém percebeu o nome deste espetáculo: A Ópera do Malandro!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Let's tweet again


Via twitter. Grande dica de @ricardoschott.

Um blog super organizado que escaneia páginas de antigas revistas de música, o Velhidade.

Funky drummer


Quem ainda não teve oportunidade ou quer rever o documentário Sistema de Animação poderá conferir na próxima sexta, 29 de maio, na UFSC com entrada gratuita.

O filme de Guilherme Ledoux e Alan Langdon será exibido como parte do Colóquio Antropologias em Performance às 17 horas no Auditorio CFH da UFSC.

O longa-metragem é um retrato do baterista catarinense Toucinho Batera uma figuraça ímpar. O filme recentemente ganhou o Grande Prêmio FILME LIVRE! e o Prêmio Especial do Júri para o Personagem na Mostra do Filme Livre 2009.

O Proxeneta



Bruno Aleixo é bom paca. Quem mora no litoral catarinense tem uma vantagem que é a semelhança dos sotaques e da rapidez na fala.

É humor mané roots.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Dose dupla



Pra adoçar a segunda-feira e seguir sorrindo vão essas duas licorosas canções. Curtis Mayfield sabe tudo.


The Impressions - The Girl I Find


The Impressions - Fool For You




Mestre ascendido


"Primo, nunca se esqueça, esse discurso de 'foco' é para os medíocres. Nunca,
nunca, nunca, mas nunca mesmo, permita que a mediocridade dos demais lhe roube
NENHUM de seus talentos"


Zé Rodrix num texto excelente sobre ele escrito por Lázaro Freire.

sábado, 23 de maio de 2009

Tremendão é que é o cara


“Eu sou um roqueiro engraçado, sabe? Meu instrumento é um violão de náilon. Sou um compositor, um cara que ama a música brasileira tanto quanto o rock’n’roll”


Dica que trouxe do Trabalho Sujo.

Erasmo Carlos nas páginas negras da Revista Trip.

R.I.P

Duas perdas sentidas nessa semana. Zé Rodrix e Maria Amélia, a blogueira mais velha do mundo, que morreu aos 97 anos.

Grandes figuras o músico e essa autodeclarada socialista desde os 16 anos. Descansem em paz.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Cinema catarina


Ontem fiz uma visita ao escritório da Vinil Filmes e tive a oportunidade de assistir os episódios de Histórias de Cinema, uma série em três capítulos que mistura a linguagem do documentário e da ficção.

A produção ao mesmo tempo em que didaticamente informa, emociona e diverte,"mostra uma visão diferente sobre a aventura de fazer cinema em Santa Catarina", é o que afirma o release e eu confirmo. Tá divertido demais e conta com belos depoimentos de gente como Salim Miguel, Eglê Malheiros, João Amorim ( Antônio Rossa vai lembrar dele) e Gilberto Gerlach.

Este último aliás conta uma história marcante que é o ápice do primeiro episódio.

Vale muito a pena ligar a TV ao meio-dia no próximo sábado, para assistir esse atestado de fé no amor à arte que abraçaram, ou melhor, que os abraçou pois nessa vida não se escolhe, se é escolhido.

Pop pop



Que tal nós dois numa banheira de espuma?

Muuuuuuuuuuuuuuu



via lp cover lover

Tequinho virtual



Para quem aprecia. Não vão se borrar aí na cadeira.

domingo, 17 de maio de 2009

Mestre


Seu Dudu do Banjo esbanjou ( com o perdão do trocadalho) energia e musicalidade na última sexta no Clube da Luta.

Essa figura amabilíssima deu um show com sua Epiphone SG e com o banjo novinho em folha que ele estreou naquela noite.

Assistir da coxia esse guri serelepe de 73 anos detonando e ele dar pra ti umas piscadas marotas no meio de um solo não tem preço.

Seu Dudu, o senhor é o cara!

Esquerda Festiva no Twitter

Finalmente me rendi.

Nosce te ipsum

"Os homens que governam o mundo prometem isto e aquilo, liberdade, honra, segurança e - trabalho. Suas promessas são vazias e têm se provado vazias sempre. Mas os homens vazios gostam de promessas vazias. O homem que aconselha:" Olhe para você mesmo, o poder está dentro de você!" é visto como um sonhador e um louco"


Henry Miller no prefácio de Naufrágios & Comentários, livro do explorador espanhol Álvar Núñez Cabeza de Vaca.

Cabeza de Vaca naufragou na Flórida em 1527 e por dez anos caminhou descalço e nu até chegar ao México.

Em 1541 foi nomeado governador do Rio da Prata e parou na Ilha de Santa Catarina onde viveu por alguns meses e daqui partiu a pé rumo à Assunção numa viagem onde descobriu as Cataratas do Iguaçu.

Um personagem e tanto. Cabeza de Vaca chegou à América disposto a conquistar pela " bondade, e não pela matança".

78 RPM

via airform archives

Botecagem




Elis Regina e Adoniran Barbosa no Bixiga em 1978.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Bora lá


Grande festa acontece festa no Clube da Luta nesta sexta, 15 de maio. Coletivo Operante, além de gravar cenas para um clip que o Ledoux está produzindo para a canção O Nome do DJ, se apresenta ao lado de uma lenda do rock brasileiro e uma pessoa da mais alta qualidade, Seu Dudu do Banjo.

E como se não bastasse, ainda há o bailinho com o DJ Zé Pereira, turbinado pela participação de Mancha e Herax do L.I.M.B.O, que trazem para a noite um set de dub, reggae, dancehall e outros jamaiquismos.

Mulheres não pagam até às 23;30 h.

Os dois primeiros que mandarem comentários com nome completo respondendo a seguinte pergunta, levam um ingresso:

Qual o nome do mais famoso hit da primeira banda do Seu Dudu, que gravava pela Young Records?


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UPDATE: 23:05 h - Marcelo Mancha me falou, em e-mail, mais um pouco sobre o som que ele e o Heráclito vão mandar:

"eu e o Heráclito tocamos juntos em bandas (primeiro euthanasia, agora estrutura L.I.M.B.O.) desde 95 (quando ele entrou no eutha). Sempre gostamos muito de ouvir música e trocar idéias. ele me apresentou a música eletronica (em seus mais variados estilos) e eu mostrei para ele a black music (principalmente o hip-hop e o reggae). da amizade surgiram algumas trocas de gravações e um pouco depois, a vontade de comprar um equipamento e fazer uma experiência. com o equipamento na mão começamos a colocar som em festas de amigos e tá rolando...

... a onda é black: hip-hop jamaicanizados, reggae, dub, funk 70, dancehall, ska antigo e também novo".

Não foi às ruas mas foi ao orkut


Recebi, via Twitter, do amigo Aleph Ozuas, o perfil do orkut de Gilmar Mendes. Clica na imagem para ampliar.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Ilha multifacetada



"O trio Jean Mafra, Peter Gosweiler e Rodrigo Daca são compositores e músicos que vivem na mesma cidade — Florianópolis, que fazem trabalhos distintos e que justamente por causa das diferenças entre seus fazeres artísticos resolvem se unir em um projeto/show. É assim que nasce A GENTE vive na mesma CIDADE, faz som DIFERENTE e se encontra AQUI , um espetáculo que são três, e com três artistas que fazem a nova música de Floripa, uma cidade que são várias..."


É hoje às 20 horas no Teatro SESC da Prainha com entrada franca.

"Mídia e camarim"

Nos últimos tempos li e ouvi por aí queixas de que em grande parte dos festivais independentes brasileiros as bandas tocam sem receber cachê e custeiam seu transporte e hospedagem enquanto muita gente ganha grana com isso. Do patrocínio da Petrobrás e outras grandes empresas - públicas e privadas - não pinga um realzinho sequer para os artistas que afinal de contas são a atração.

E perto da gente em muitas outras situações essa "prática" também acontece bastante.

Tem aquela famosa piada de músico. O contratante te liga e vem com uma conversa de tocar sem cachê pois a verba dele é curta e tal. Daí emenda : "mas tem mídia e camarim".

Às vezes o evento é beneficiente e beneficiam-se desabrigados, doentes, crianças, velhinhos, equipe de som, produtores, diretores de palco, assessoria de imprensa. Já os músicos ficam na baga.

Artista vive de paixão, mas também de um pouco de dinheiro já dizia o Nei Lisboa.

Não bastasse isso ainda há a enorme quantidade de bicões que topam qualquer uma. Seu Dudu do Banjo, com quem o Coletivo Operante toca na próxima sexta no Clube da Luta, me disse o seguinte sobre o Café de La Musique em Jurerê Internacional, onde ele tem se apresentado:

"Todo dia a moça que cuida da agenda recebe uns 20 e-mails de "músicos" com propostas para fazer o show por um cachet menor que o meu".

Essa gente nefasta que denigre a profissão e joga cachets lá pra baixo merecia uma surra de gato morto pra ver se mia.

Cuma?



Em homenagem ao Código Ambiental Catarinense.

via boing boing

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Bora lá


É hoje. Logo mais vamos chacoalhar o esqueleto do público na festa mais balançante de Floripa.

Coletivo Operante e o DJ Marcelo Pimenta no Drakkar na festa Nação Balanço, botando pra quebrar.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Polititica

No dia 1 de junho iniciam as inscrições para o FEMIC- Festival da Música e Integração Catarinense - em sua edição 2009.

Vale lembrar que no ano passado o senhor Gallina, o boss do cabidão foi ao TAC e pegou o microfone para afirmar que a SDR da Grande Florianópolis iria bancar um CD com os semi-finalistas e finalistas da etapa regional do festival.

Cadê?

Gonzo



Auto-retrato do fundador do Jornalismo Gonzo, Hunther Thompson em Big Sur.

De onde trouxe essa tem mais. Várias fotos dos Hell's Angels, auto-retratos e outras chapas tiradas pelo mestre .

Botinada



Absolutamente essencial. Botinada, documentário de Gastão Moreira sobre a história do movimento punk em São Paulo e no Brasil. Na íntegra.

In vino veritas



via strange maps

????????????



Do you?

via retrozone.

Crazy sixties



Blues-rock deluxe com os hoje sessentões Jeff Beck, na guitarra, Rod Stewart no gogó e Ron Wood no baixo. Essa é a abertura de show do Jeff Beck Group na lendária casa de Bill Graham, o Fillmore East.

Graham era um produtor durão e visionário que tratava seus músicos com o maior respeito e exigia reciprocidade. Em troca os artistas em geral davam seus melhores shows no Fillmore East, no Fillmore East e em outras casas e festivais que tivessem o dedo de Graham.

Sorte nossa que seu arquivo foi para na mão do Wolfgang's Vault que disponibiliza esse e muitos outros shows.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Vapor



via yimmys yayo.

Bola de fogo



Cinco minutos para ver esta cena vão te fazer bem. Gene Krupa e sua orquestra, com a cantora Barbara Stanwyck, detonam em "Drum Boogie". Com um final delicioso.

Do filme Ball of Fire, de 1941.

Goo-goo-goo--joob



Beatles - I Am The Walrus

FHC vs THC mash up

Segundo reportagem do DC, cerca de cem pessoas compareceram à Marcha da Maconha em Florianópolis nesta tarde de domingo. Marchadores afirmam que eram quase 500.

Só o fato de ter acontecido já é um avanço neste nosso estado hipócrita e conservador.

Durante a semana foi montado todo um circo de terror com declarações e ameaças de prisão, o que ao lado da final do Campeonato Catarinense certamente esvaziou o protesto.

Foto: Diego Redel/DC

sábado, 2 de maio de 2009

Paredão online (4)



Chega mais no papo.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Neotropicalismo


Lucas Santtana soltou mais uma música na rede. A regravação de "Amor em Jacumã", de Dom Um Romão e Luiz Carvalho, que saiu originalmente no LP Hotmosphere, gravado por Dom Romão nos EUA.

Neotropicalismo total. Me lembrou do disco londrino de Gil, de 71, e do Transa. Bebeu nessa fonte e misturou a adubada certeira de Buguinha que psicodeliza a faixa magistralmente.

A turma envolvida é da pesada. Buguinha Dub na co-produção, Curumin, batucando um violão e Ricardo Dias Gomes no baixo.

Mais detalhes sobre a história dessa climática gravação no Diginóis.

Lucas Santtana - Amor em Jacumã

Grass monkey


via vintage poster