sábado, 29 de setembro de 2007

Quem responderá?

Nada como uma sacudida para acordar hein. Fábio Bianchini que andava meio apático, sem comentar muito os fatos locais, estava dando saudades do titular da Contracapa. Pois essa semana ele mandou muitíssimo bem na nota em que comenta o absurdo fechamento dos bares com música ao vivo na Lagoa. Disse ele:


A operação conjunta da Susp, Floram, Corpo de Bombeiros, Delegacia de Jogos e Diversões e Ministério Público que fechou vários bares da Lagoa da Conceição, na última terça-feira, é resultado da operação Silêncio Padrão, de todos esses órgãos, que em outubro deve ser intensificada ao receber a adesão da Vigilância Sanitária. O delegado e gerente de fiscalização de jogos e diversões, Arilto Zanelatto, explica que as interdições tiveram diferentes motivos: em alguns bares, foram por falta do alvará acústico, emitido pela Floram. Em outras, faltou o habite-se da prefeitura.

Ao longo da semana, os empresários regularizaram suas licenças e quase todos já tinham autorização para funcionar novamente, mas sem música ao vivo. Para essa, é preciso o alvará, para o qual é necessário o habite-se. O problema é que 90% é área de preservação permanente, onde, teoricamente, nada poderia haver sido construído, e os terrenos não têm escritura pública, são de posse. Assim, em Florianópolis, existem os alvarás ex-ofício, provisórios, e aí ninguém tem muita certeza de nada. Outra questão é que, para a emissão do habite-se, os estabelecimentos devem ter seis metros de afastamento da via pública (a rua) e estacionamento.

Cláudio Silva, do Drakkar, pergunta: se o problema é o habite-se, não o laudo acústico (que está em ordem), por que pode funcionar sem música, mas não com música? É estranho mesmo.

No fechamento da coluna, era aguardada uma reunião dos órgãos competentes para decidir o que será feito disso tudo. É uma série de questões sérias e importantes: se os bares com música não podem ficar na Lagoa, que sempre foi seu reduto, para onde vão? Ou não têm vez em Florianópolis? Se não tiverem, que tipo de turismo e cultura queremos na Ilha? O negócio é só boi-de-mamão e resort? As perguntas são sinceras, não são retóricas, não.

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