Nos últimos tempos li e ouvi por aí queixas de que em grande parte dos festivais independentes brasileiros as bandas tocam sem receber cachê e custeiam seu transporte e hospedagem enquanto muita gente ganha grana com isso. Do patrocínio da Petrobrás e outras grandes empresas - públicas e privadas - não pinga um realzinho sequer para os artistas que afinal de contas são a atração.
E perto da gente em muitas outras situações essa "prática" também acontece bastante.
Tem aquela famosa piada de músico. O contratante te liga e vem com uma conversa de tocar sem cachê pois a verba dele é curta e tal. Daí emenda : "mas tem mídia e camarim".
Às vezes o evento é beneficiente e beneficiam-se desabrigados, doentes, crianças, velhinhos, equipe de som, produtores, diretores de palco, assessoria de imprensa. Já os músicos ficam na baga.
Artista vive de paixão, mas também de um pouco de dinheiro já dizia o Nei Lisboa.
Não bastasse isso ainda há a enorme quantidade de bicões que topam qualquer uma. Seu Dudu do Banjo, com quem o Coletivo Operante toca na próxima sexta no Clube da Luta, me disse o seguinte sobre o Café de La Musique em Jurerê Internacional, onde ele tem se apresentado:
"Todo dia a moça que cuida da agenda recebe uns 20 e-mails de "músicos" com propostas para fazer o show por um cachet menor que o meu".
Essa gente nefasta que denigre a profissão e joga cachets lá pra baixo merecia uma surra de gato morto pra ver se mia.
Um comentário:
afff! é lamentável mesmo!
esse assunto devia ser mais discutido diante dos holofotes mesmo, pra que as pessoas parem de achar que artista vive de aplauso. Imagina se eu chegar cheia de compras no caixa de supermercado e começar a bater palmas????
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