quarta-feira, 7 de março de 2007

Escancarado

E falando nos nossos vereadores olhem só esse post do César Valente.


VEREADORES VENAIS
Esta história ouvi numa mesa de restaurante, de um empresário de hotelaria que estava em outra mesa. Fanfarrão, falava tão alto, tão dono do mundo, que eu e mais uns tantos que estávamos ao redor ouvíamos perfeitamente.

Em resumo é o seguinte: ele compra, baratinho, um terreno numa área residencial. Como não se pode construir edifícios, o valor é baixo.

Aí, “conversa” com um ou mais vereadores, escorrega para os bolsos deles alguns milhares de reais (ou um carro de luxo, ou uma viagem ou algum outro mimo) e milagrosamente aparece uma proposta modificando o Plano Diretor e autorizando, por enorme coincidência, a construção de prédios naquela zona. Justamente onde o nosso gabola tem um terreninho.

Liberada a ocupação, ele vende o terreno e tem um lucro absurdo, que compensa fartamente os gastos que teve com seus amigos vereadores. É coisa de comprar o terreno por R$ 80 mil, dar R$ 50 mil para “abrir caminhos” e vender por mais de um milhão. Mina de ouro. E ele ria, como se tudo fosse absolutamente legal, normal e comum.

O pior é que, da forma como as coisas andam em muitas câmaras de vereadores, essas negociatas estão se transformando mesmo em coisas corriqueiras, banais e completamente integradas à paisagem.


A gente assiste cotidianamente alterações do Plano Diretor, feitas sob encomenda para satisfazer a ganância de uns poucos. Tempo atrás foram alterados os limites do bairro Itacorubi, onde é permitida a construção de edifícios, que foram esticados até dentro do Parque São Jorge, área residencial onde só haviam casa de até dois pavimentos. Então foi construído um prédio no Parque São Jorge, tecnicamente Itacorubi, e a construção foi batizada de edifício São Jorge. É assim, na caruda.

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