quinta-feira, 19 de março de 2009

Sabe com quem está falando?


Vi no Diário Gauche e também reproduzo post do blog do jornalista Altino Machado.


Fui desrespeitoso e cometi um erro hoje contra o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, que está em visita ao Acre para uma palestra sobre drogas para jovens da rede pública estadual.

Ao fazer a primeira pergunta de uma entrevista coletiva, indaguei:

- Ministro, o senhor tem se manifestado constantemente em defesa da propriedade, contra as invasões, mas em nenhum momento o senhor se manifestou contra dezenas, centenas de assassinatos de lideranças de trabalhadores rurais . [Até aqui, a pergunta é pertinente e correta do ponto de vista jornalístico, o exagero se deu na seqüência] Isso decorre do fato de o senhor ser ministro ou pecuarista?

A resposta do ministro veio à altura:

- Devo lhe dizer o seguinte: eu tenho me manifestado contra qualquer violação de direitos, qualquer violação de direitos. Eu não quero que haja assassinatos, independentemente de… Que não haja violência. Pode-se protestar, pode-se fazer qualquer consideração, mas tem que ser respeitado o direito de outrem. A pergunta de qualquer forma é desrespeitosa. O senhor tome cuidado ao fazer esse tipo de pergunta. Eu não sou pecuarista.

Ao formular de improviso a pergunta, tomei como base o manifesto distribuído no dia 6 de março pela pela Secretaria Nacional da Comissão Pastoral da Terra da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, onde está afirmado (e até hoje não contestado publicamente), que o ministro Gilmar Mendes “não esconde sua parcialidade e de que lado está” e que é “grande proprietário de terra no Mato Grosso”.

Exagero também veio da parte de quem tanto critica a existência de um estado policialesco no país. Orientado pelo ministro, um assessor dele telefonou para a Polícia Federal, logo após a entrevista, e pediu aos agentes:

- Fiquem de olho naquele moço, pois ele é muito perigoso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Prezado, por esta, meus sinceros cumprimentos. Ele pode até ter julgado a pergunta desrespeitosa. Já eu,acho o seguinte: Arrombasse!