quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Elza aderiu



Ontem tive uma noite memorável. Após mais uma edição do Lero-lero Musical na Livraria Saraiva - onde fui agraciado com uma singela homenagem pelos serviços prestados à causa e participação - estive no CIC onde vi e ouvi a genial Elza Soares. Que energia minha gente! Aos 71 anos estava serelepe e fez o teatro chacoalhar ao som de sua voz rouca e cheia de sentimento acompanhada da nata dos músicos de Florianópolis e - no fim dos show- das velhas guardas de 3 escolas de samba da Capital.

No camarim, eu e o Zé Pereira fomos recebidos pela cantora que se entusiasmou com o Clube da Luta. Segundo Elza tá todo mundo na luta. Disse ela ainda que deveríamos tê-la avisado antes do show pois ela teria dado um grande recado no palco. Enfim, valeu demais. Ainda pudemos dar um beijo naquela face abençoada.

E não acabou. Ainda no embalo da boa música e vibrações positivas partimos em caravana rumo à Lagoa para assistir o show de Curumin e continuar nossa viagem na linha evolutiva da música popular brasileira.

Chegando ao John Bull, local do show, ouvi as melhores impressões possíveis sobre a apresentação da Samambaia Sound Club que abriu a noite e deixou o Curumin nos cascos. Vai ser funk assim lá na casa do chapéu. O cara manda ver na bateria e canta com muito suingue. Aquela cruza malandra de Trio Mocotó com Stevie Wonder. Nosso grupo, formado por este que vos escreve, Júlia Eleguida, Zé Pereira, Shei, Alexandre Luz e o Gil ( proprietário do Blues Velvet) se esbaldou e caiu na dança.

Em grande momento o BNegão, que havia se apresentado no mesmo local na noite anterior, deu uma canja excelente em Caixa Preta - faixa do álbum Japan Pop Show de Curumin onde o rapper carioca deu uma palha - e pegou a guitarra para mandar tudo pro espaço em Funk Até o Caroço. O reduzido público não se intimidou e caiu no groove.

Vacilões, se liguem que no sábado o Curumin faz um show extra no Vecchio Giorgio.

UPDATE: Maquinhos Espíndola tascou em seu blog um relato da jornalista Maristela Amorim que estava no camarim e, junto com o fotógrafo Fernando Willadino, registrou o momento em que eu e o Zé encontramos Elza.

3 comentários:

Anônimo disse...

"a verdade absoluta só na cavidade da puta / a piada desagravo, já gritei / ninguém escuta / um socorro a quem insiste / não existe evolução / deixe o samba morrer / é tudo uma grande invenção / para animar a festa"


ulysses, castigo, repita duzentas vezes "não existe linha evolutiva na música popular brasileira!!!" (ou jobim é melhor que pixinguinha?!? ou curumin é melhor que elza??)

Ulysses Dutra disse...

Jean, eu não sou o Haroldo de Campos e nem o Tinhorão. A expressão apenas me soou bem e mandei ela no texto. Não tenho absolutamente interesse nenhum nessa discussão. E nem quis dar algum valor de juízo do tipo Curumin é melhor que Elza. Talvez a intenção tenha sido meramente cronológica. Enfim.

abraços

por júlia eléguida disse...

jean ao analizar a música assim, estarás dando um tiro no pé. acho que cada época pode ter canções belas e execravéis. e se pensasse como tu, a diva elza não faria nada de novo e viveria do passado, fechar os olhos é fácil, escute!