terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Calma que não era tua hora

Fazendo uma busca no Google para elaborar um release cheguei no arquivo do blog do comparsa de +D1 Dauro Veras. E li um post muito legal onde o Dauro convocou a moçada para contar histórias pitorescas. Segundo ele " inspirado num fórum de discussão do Orkut que tem histórias curiosíssimas, lancei a brincadeira numa lista de amigos. A pessoa conta algum fato constrangedor, proibido, engraçado, ridículo ou inusitado que já fez. Os outros contam fatos semelhantes ou acrescentam outras histórias. Não vale criticar, não vale anonimato, só vale contar histórias verdadeiras".

Reproduzo aqui o post de 2004 com a história do amigo Yan Boechat. Eu estava lá e fui um dos que o ajudou, depois de conter as risadas inevitáveis.

Eu já...

Esta história inusitada é do amigo Yan Boechat, que esteve na Ásia Central em 2003. Mas não tem nada a ver com essa viagem. Aconteceu em 1992 num cemitério em Floripa diante de dezenas de testemunhas, dando um toque de humor a um momento muito triste (nosso amigo jornalista Pedrão Saraiva morreu aos 23 anos, de infarto durante uma pelada de futebol com a galera).

...cai numa cova (fechada) no momento em que um caixao baixava à sua morada final em um enterro. O acontecido se deu no enterro do saudoso Pedrao, no cemiterio do Itacorubi. La estava eu, proximo ao amontoado de gente que ouvia as palavras do padre na despedida final do nosso amigo, observando a movimentaçao. O enterro estava cheio. Alem de bom camarada, jornalista de prima e goleiro carniceiro nas horas vagas, Pedrao morreu muito jovem, causando comoçao na jornalistada, nos estudantes, amigos e parentes. Bem, eu estava postado em um feixe de grama que separava as sepulturas. Ao meu lado havia uma bem simples, coberta por uma laje de cimento fino - o que so fui descobrir depois. Por ali passou um monte de gente que não encontrava mais caminho nos tais feixes de grama. Passou criança, passou velho, passou gatinha e passou mulher gorda. Todos sem, aparentemente, abalar a estrutura do teto do endereço eterno de algum manezinho. De longe vi o Paulo Brito acenar. Perguntei o que era e ele, com a sutileza que lhe e peculiar, me intimou em gestos para que me aproximasse. La fui eu, pelo caminho ja popular naquela região do enterro. O primeiro passo foi normal. No segundo senti uma vibração estranha. O terceiro foi incompleto. Desabei. Fiquei so com o pescoço de fora, sem entender o que estava acontecendo. Entre gargalhadas suprimidas pelo momento solene, alguns bons samaritanos me puxaram de la. Calça rasgada, perna arranhada e centro das atençoes, so tive uma reação. Soltei uma piadinha de pessimo gosto: "Po, Pedrao nem chegou la e ja ta querendo me levar junto." Em poucos segundos percebi que nem o Costinha conseguiria sair daquela com tiradinhas - de bom ou mau gosto. Meio zonzo, deitei o cabelo e segui o rumo de casa sem dar meu adeus ao Pedrao. Tenho certeza que ele entendeu.

3 comentários:

Anônimo disse...

hahahahaha
é tão bom rir da desgraça dos outros, né?
heheheh

beijos!!

Ulysses Dutra disse...

Hehehe. Salve Nira.

Um beijo

Anônimo disse...

heheheh...essa história fiquei sabendo na época...o Ulysses dentro da cova!!
Abraço
Alexandre Borges