segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Síndrome de Peter Pan

Traduzi rapidamente os primeiros parágrafos de um texto muito bom publicado pelo professor Tony Jurdt no jornal israelense Haaretz. Tony Judt é professor e diretor do Remarque Institute na New York University. Grande dica do Biscoito Fino.


"Lá pela idade de 58 anos um país - assim como um ser humano - deveria atingir uma certa maturidade. Após quase seis décadas de existência nós sabemos, pro bem ou pro mal, quem nós somos, o que fizemos e como parecemos aos outros. Reconhecemos, embora relutante e privadamente, nossos erros e nossas faltas. E embora ainda abracemos uma ilusão ocasional sobre nós mesmos e nosso potencial, somos sábios suficientes para reconhecer que na maioria das vezes não passa disso mesmo: ilusão. Resumindo, somos adultos.

Mas o Estado de Israel continua curiosamente ( e dentre as democracias ao estilo ocidental caso único) imaturo. As transformações sociais do país - e suas muitas conquistas econômicas - não trouxeram a sabedoria política que normalmente acompanham a idade. Visto de fora, Israel ainda se comporta como um adolescente : consumido pela confiança em sua própria singularidade; certo de que ninguém o "compreende" e de que todos estão "contra" ele; cheio de auto-estima ferida, rapidamente se ofendendo e respondendo à altura. Assim como muitos adolescentes Israel está convencido - e afirma agressiva e repetidamente - que ele pode fazer como desejar, que suas ações não trazem consequências e que ele é imortal.

Convenientemente o bastante, este país que de algum modo falhou em amadurecer, estava até recentemente ainda nas mãos de uma geração de homens que eram proeminentes na vida pública de 40 anos atrás: um Rip Van Winkle israelense que tivesse adormecido, digamos, em 1967 ficaria surpreso de fato de acordar em 2006 e encontrar Shimon Peres e o general Ariel Sharon ainda pairando sobre os assuntos do país - se bem que o último apenas em espírito".


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