quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A vingança do Inca



Boa iniciativa a reportagem sobre o crack exibida recentemente no Jornal da Globo. Focando na recuperação mostra como o problema se alastrou da Cracolândia para todo o Brasil.

Vale a pena conferir também este post no baita blog de João Wainer, jornalista e fotógrafo. O neto de Samuel Wainer fotografou a Cracolândia e fez algumas considerações, que publicadas há mais de um ano, ainda valem, como demonstra a matéria da Globo. Um trecho:

" Nas favelas do Rio, as facções criminosas proibiram a venda de crack. Nas cadeias, o PCC fez o mesmo. Nas ruas de SP, o Estado deveria seguir o exemplo, mas não foi capaz.
O efeito da pedrinha é devastador e transforma seus usuários mini-monstros que perambulam em bandos feito almas penadas roubando e cachimbando enrolados em cobertores de feltro pelas outrora chiques ruas da Cracolândia, nas beiradas da Estação da Luz.
Faz anos que vejo nos jornais os anúncios de revitalização da Cracolândia. Urbanistas mostram seus desenhos, economistas seus cálculos e jornalistas suas análises enquanto a cada dia mais e mais crianças se acabam na pedra sobre colchonetes sujos e fétidos, a vista de todos, inclusive da policia que passa e os ignora como se nada acontecesse.
Sob efeito do crack os moleques parecem bichos. Os olhos saltam e os músculos enrijecem. Olham para os lados como se estivessem sendo perseguidos o tempo todo. Sentem incontrolável vontade de cagar, o que transforma seus “mocós” em lugares mais nojentos do que já são. O cheiro é podre".

Nenhum comentário: