quinta-feira, 5 de junho de 2008

Otimismo ativo

Grande notícia que li no Biscoito. Aqui o primeiro trecho:


Filosofia e sociologia de volta como matérias obrigatórias no ensino médio

"Se a filosofia e a sociologia não tivessem sido abolidas do currículo médio pela ditadura militar em 1971, a discussão sobre a educação no Brasil hoje com certeza estaria se dando em bases um pouco mais sofisticadas, sem a tediosa repetição de clichês e o previsível ping-pong entre focalismo e universalismo. Por isso, é excelente a notícia da volta da obrigatoriedade das duas disciplinas no ensino médio. Trata-se, finalmente, da restauração de parte do que foi destruído pela reforma educacional da ditadura, que começa com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Superior, a 5.540/68 – marco na tecnificação da universidade brasileira – e se confirma com a 5.692/71, que joga para escanteio a filosofia e a sociologia e instala as famigeradas Educação Moral e Cívica e OSPB. Não custa lembrar que em 2001 o Congresso Nacional já havia aprovado a restauração das duas disciplinas, mas Fernando Henrique Cardoso, o sociólogo, vetou.

Depois de uma busca bem exaustiva, não consegui achar um único profissional ligado à educação que fosse contrário à medida. Talvez algum contra-exemplo exista, mas é notável a quase unanimidade do apoio à lei entre quem trabalha com o ensino. Como sempre acontece quando qualquer reforma de ensino é proposta, um argumento se repete: o ensino médio brasileiro é muito ruim e acrescentar duas disciplinas não adianta. É uma variação do pseudo-raciocínio que preconiza que não adianta mudar nada até que se mude tudo: pensamento típico de uma geração que não estudou filosofia e que, portanto, não adquiriu instrumentos para formular a relação entre a parte e o todo, entre a singularidade e a totalidade. Ficamos engessados na paralisia ante o ruim de tudo. Qualquer ação localizada é imediatamente bombardeada com o pseudo-argumento de que o todo continuará o mesmo... "


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