quarta-feira, 26 de março de 2008

Ladeira abaixo



Revista Rolling Stone Brasil desse mês tá fodaça. Destaco o Dossiê Britney Spears que aponta a cantora como " a celebridade perfeita para o declínio dos Estados Unidos".
Diz o jornalista Steven Daly que " assim como o presidente Bush, Britney simplesmente não está nem aí, mas pelo menos os norte-americanos não vão ter passar o resto da vida consertando seus estragos".

Quando chegar no fundo a nação do Norte pode quem sabe adquirir aquilo que os pedreiros lá na casa do Ledoux tiveram um trabalho e tanto pra conter: " a humildade".

No ínicio do ano pude ter um contato peculiar com a arrogância ianque. Às 6 da manhã num carro de cachorro quente na Lagoa, eu e o brother Zé Pereira aguardávamos numa fila de baladeiros quando dois caras chegaram tocando o terror. Aos berros, em inglês obviamente, queriam ser atendidos na hora e na frente de todos que esperavam. Estavam quase agredindo o pobre do carinha que estava ali a cerca de 8 horas fazendo cachorros-quentes.

Certos de que ninguém os entendia, soltavam palavrões e xingamentos. " Em Nova Iorque isto não aconteceria!", " Isto deveria ser fast-food", "Your son of a bitch", blá. blá, blá.

Eu então, injuriando, lhes disse: "Wait just like everybody else!". Os caras arregalaram o olho e tentaram se explicar. O povo todo ali já tava olhando feio. Não resisti, e apoiado pelos olhares cúmplices da raça ali faminta arrematei: " Aqui é Florianópolis, não é Nova Iorque e as coisas são diferentes man. É melhor vocês irem comer em outro lugar pois daqui a pouco todo esse pessoal pode dar um cacete em vocês". Olharam em volta e bateram em retirada rosnando baixinho.

Um comentário:

Megui disse...

ih, tocou no meu calo. Eu poderia falar horas sobre este assunto. Do ponto de vista de quem é local tanto aqui como aí, eu aprendi muito nesta terra. Sim, está em decadência com certeza.
No entanto, não dá pra generalizar nações. Eu acho que as pessoas já tem pré-disposições em julgar algo já rotulado e não destacar quando há diferenças. Por exemplo, chamar todo brasileiro de ladrão porque alguns deles roubam em lojas por aqui. Eu mesma já vi várias vezes. Isso não quer dizer que todos nós somos, né?
O nova-iorquino aqui tem fama de ser grosso mesmo. Quando estive lá, vi que o jeito deles se comunicarem é bem diferente daqui da Califórnia.
É verdade que eles viajam bem menos que a maioria das pessoas mas eles mesmo admitem a inúmera qtidade de erros nesta terra e muito deles querem mudança.
Às vezes a única forma de crescer é através de erros, certo?