O Buda descreveu o que chamamos de "eu" como um conjunto de elementos agregados de mente e corpo, que funcionam de maneira interdependente, criando a aparência de mulher ou homem. Nós, então, nos identificamos com essa imagem ou aparência, fazendo dela "eu" ou "meu", imaginando que ela tem alguma auto-existência inerente.
Por exemplo, acordamos de manhã, olhamos no espelho, reconhecemos um reflexo e pensamos "OK, sou eu de novo". Então, adicionamos todo tipo de conceito a essa sensação de "eu": sou mulher ou homem, tenho tantos anos, sou uma pessoa feliz ou infeliz, e a lista continua.
Quando examinamos nossa vivência, contudo, vemos que não há nenhum ser central a quem ela se refere. Em vez disso, são simplesmente fenômenos vazios se desenrolando. Vazios no sentido de que não há ninguém particular por trás dos fenômenos surgindo e mudando.
Um arco-íris é um bom exemplo disso. Vamos para fora após uma tempestade e sentimos aquele momento de deleite quando surge um arco-íris no céu. Na maioria das vezes, simplesmente curtimos a visão sem investigar a natureza do que está acontecendo. Mas quando olhamos mais profundamente, se torna claro que não há nenhuma coisa chamada "arco-íris", separada das condições particulares do ar, umidade e luz.
Cada um de nós é como esse arco-íris: uma aparência, uma aparição mágica, surgindo de nossos vários elementos de mente e corpo.
Joseph Goldstein
Via Samsara.
Um comentário:
Gostei desse texto. Beijos
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