quinta-feira, 21 de junho de 2007

Bando de canalhas travestidos de músicos




Dou aqui com algum atraso mas é importante comentar a decisão da Justiça, que determinou a abertura da caixa-preta da Ordem dos Músicos do Brasil.

A instituição humilha e explora os músicos em todo o território nacional e é uma vergonha para a profissão. Em sua maioria os conselhos estaduais são presididos e geridos por militares. A maioria não sabe distinguir um dó de um mi. Lá a coisa funciona assim, pagou tá dentro.

Essa máfia encastelada na OMB está roendo o osso desde 1964!!! A revista Carta Capital publicou um editorial sobre o assunto, reproduzido pelo jornalista Pedro Alexandre Sanches em seu blog, e que reproduzo também aqui:

A OMB SOB JULGAMENTO

Se quiserem obedecer à Justiça, os diretores do conselho regional carioca da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB) terão de apresentar provas de suas aptidões musicais ao juiz federal Adriano Saldanha Gomes de Oliveira. É o mesmo que eles têm exigido dos músicos brasileiros desde a criação da OMB, apesar de CartaCapital ter provado, na edição 185, de 17 de abril de 2002, que é possível obter registro sem ter nenhuma aptidão musical. Agora, o feitiço virou contra os feiticeiros abancados na autarquia desde a instauração da ditadura militar.

A determinação do juiz, publicada em 5 de junho passado, atende a uma ação popular movida no Rio de Janeiro pelos músicos eruditos e professores Gabriel Gagliano, Eduardo Camenietzki e Sérgio Barboza, a cantora lírica Patrícia Vilches e o doutor em etnomusicologia Samuel Araújo. A prova de aptidão é apenas um detalhe: a OMB carioca tem o prazo de 15 dias para apresentar em juízo o estatuto da instituição, a listagem de cargos e salários do quadro funcional atual, atas de assembléias e prestações de contas desde 1964 e atas de eleições, entre outros itens.

Um dos objetivos pontuais, segundo os autores da ação, é estancar a prática recorrente da OMB, de antecipar na surdina eleições que, pela lei de criação do órgão, deveriam acontecer todo mês de novembro. "Nós só queremos eleição direta. Muitos desses diretores são militares que ocuparam a burocracia e não sabem tocar nada", protesta Camenietzki, que após começar a criticar publicamente a Ordem enfrentou processo de cassação do registro, vencido em primeira e segunda instância.

O objetivo central do levante contra a falta de transparência da OMB, ainda não conquistado mais de duas décadas após o encerramento oficial da ditadura, é o de democratizar e moralizar a gestão de direitos e deveres dos músicos. Já não era sem tempo, e a palavra agora pertence à OMB.

2 comentários:

iagê disse...

"Em terra de urubus diplomados não se ouvem os cantos dos sabiás"

Muito Obrigado - Mundo Livre SA
http://mundo-livre.letras.terra.com.br/letras/565230/

Ulysses Dutra disse...

Hehehehe. Muito boa.

Um abraço Iagê e seja sempre benvindo